A aquisição de habitações em Portugal por compradores com domicílio fiscal no estrangeiro registou uma quebra significativa, atingindo o nível mais baixo desde 2021. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), no segundo trimestre, apenas 4,9% do total de transações (2.107 alojamentos) envolveram compradores não residentes, assinalando o quarto trimestre consecutivo de descida neste indicador. Esta tendência de abrandamento contrasta com o dinamismo do mercado interno, onde os compradores com residência fiscal em Portugal aumentaram as suas aquisições em 17,7%, totalizando 40.782 transações no mesmo período. A diminuição do peso dos compradores estrangeiros ocorre num contexto em que o Governo anunciou medidas para arrefecer o mercado, nomeadamente o agravamento do IMT na aquisição de imóveis por não residentes.
Um editorial sobre o tema destaca que o peso destes compradores já era "diminuto e tem vindo a baixar", citando precisamente os 4,9% apurados pelo INE.
A quebra na procura internacional pode ser interpretada como uma reação às mudanças políticas e fiscais, bem como à escalada geral dos preços, que pode estar a tornar o mercado português menos atrativo para o investimento estrangeiro em comparação com anos anteriores.
Em resumoDados oficiais indicam uma clara tendência de arrefecimento na compra de casas por estrangeiros em Portugal, que atingiu o valor mais baixo dos últimos anos. Esta quebra, que coincide com um aumento das aquisições por residentes, sugere uma mudança na dinâmica do mercado imobiliário, potencialmente influenciada pelo aumento dos preços e por novas políticas fiscais.