A controvérsia colocou o Governo na defensiva, obrigando o primeiro-ministro a admitir que a comunicação da medida gerou "muita confusão".
O valor de 2.300 euros surge como limite para que a construção de novas casas para arrendamento possa beneficiar da redução do IVA para 6%. A reação foi imediata, com o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, a acusar o Governo de viver numa "bolha" e de não conhecer o país. "Fiquei verdadeiramente surpreendido com o facto de termos um primeiro-ministro e um ministro (...) a afirmar que a renda média dos portugueses é de 2.300 euros", declarou Carneiro, acrescentando que tal "demonstra um completo alheamento dos problemas reais do país".
O líder do Chega, André Ventura, também criticou Luís Montenegro por estar "desfasado da realidade".
Em resposta, o primeiro-ministro defendeu a medida, explicando que o objetivo é apoiar a classe média em zonas de alta pressão imobiliária, como Lisboa e Porto, onde profissionais essenciais como médicos e professores enfrentam "uma inacessibilidade gritante ao mercado de arrendamento". Hugo Soares, secretário-geral do PSD, reforçou esta ideia, acusando o PS de "lançar confusão" e afirmando que "uma afronta é não saber que a classe média precisa de ajuda". A polémica reflete a profunda fratura entre os valores do mercado imobiliário nas grandes cidades e o poder de compra da generalidade da população, tornando o conceito de "moderação" num ponto central do debate político.














