A principal barreira à sua recuperação é a falta de investimento privado, agravada pela complexidade burocrática e pelos elevados custos de reabilitação. O presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Martins Rodrigues, admitiu que, de 15 pedidos de reabilitação sancionados desde 2020, apenas três se concretizaram. Em Portalegre, apesar da existência de Zonas de Reabilitação Urbana (ZARU), a presidente Fermelinda Carvalho lamenta que "o fluxo de candidaturas seja reduzido".
A disparidade entre os preços de mercado e os rendimentos locais agrava o problema. Em Castelo Branco, o preço médio de venda de um T3 de 90 m² ronda os 177.000 euros, um valor insustentável para uma população com salários médios brutos mensais que, em distritos como Portalegre e Guarda, se situam abaixo dos 1.300 euros. Os programas nacionais de apoio, como o "Reabilitar para Arrendar", são considerados insuficientes pelos autarcas, que reclamam mecanismos de incentivo mais robustos e adaptados à realidade dos territórios de baixa densidade. A solução, defendem especialistas, passa por políticas de reabilitação com bonificações fiscais mais agressivas e garantias de retorno para os investidores, de modo a transformar os imóveis devolutos numa resposta efetiva ao défice de habitação acessível.














