A situação é particularmente grave nos institutos politécnicos, onde um terço das vagas ficou por preencher, com a taxa de ocupação a cair de 86,2% em 2024 para 67,7% este ano.

Instituições do interior como Tomar, Bragança e Guarda registaram taxas de ocupação inferiores a 40%. Reitores, presidentes de politécnicos e associações de estudantes são unânimes em apontar o elevado preço do alojamento e as dificuldades económicas das famílias como fatores determinantes para esta quebra. Muitos jovens, mesmo com notas para ingressar, não conseguem suportar os custos de viver longe de casa. A situação contrasta com a das universidades, que, embora também tenham registado uma descida, mantiveram uma taxa de ocupação de 92,8%.

A obrigatoriedade de realizar mais exames nacionais para concluir o secundário é outro fator mencionado, mas a questão do alojamento surge como o principal obstáculo, evidenciando como a crise da habitação está a criar barreiras no acesso à educação e a agravar as assimetrias regionais, com os estudantes a concentrarem-se cada vez mais no litoral.