A crise da habitação consolidou-se como o tema central e mais debatido na campanha para as eleições autárquicas de 2025, unindo candidatos de todo o espectro político na apresentação de propostas para um dos problemas que mais afeta os cidadãos. A urgência do tema é visível na sua proeminência nos programas eleitorais de norte a sul do país, desde grandes cidades como Lisboa e Porto até municípios de menor dimensão como Maia, Bragança ou Caldas da Rainha. Candidatos de diferentes partidos, incluindo PS, PSD, CDU, Bloco de Esquerda, Iniciativa Liberal e Livre, têm vindo a público com diagnósticos semelhantes e soluções que, em muitos casos, convergem em três eixos principais: o aumento do parque habitacional público, a reabilitação de imóveis devolutos e a criação de programas de arrendamento a custos controlados. Em Braga, o candidato do BE, António Lima, reflete o sentimento generalizado ao afirmar que “é urgente trocar uma política de especulação imobiliária por uma política pública de habitação que ofereça alternativa”.
Esta preocupação é ecoada em Faro, onde a candidata do Livre, Adriana Marques Silva, propõe aumentar o parque público de habitação para 10%, um valor drasticamente superior aos atuais 0,1%.
Em Lisboa e no Porto, um estudo da Cision/Brandwatch revelou que a habitação foi o tópico mais discutido nas redes sociais no período pré-campanha, representando 47% e 44% das menções, respetivamente, superando a segurança e os transportes.
A unanimidade em torno da gravidade do problema demonstra que a pressão sobre os preços, a falta de oferta e as dificuldades de acesso à habitação transcenderam as barreiras ideológicas, tornando-se uma exigência central do eleitorado para a próxima governação autárquica.
A questão deixou de ser um problema exclusivo das grandes metrópoles, afetando agora a classe média em cidades como Leiria, onde o candidato da CDU, Nuno Violante, expressou preocupação com a sua “expulsão” devido aos preços elevados.
Em resumoA habitação emergiu como o tema dominante e transversal nas eleições autárquicas, com candidatos de todos os partidos a apresentarem propostas para aumentar a oferta pública, reabilitar imóveis e controlar os custos, refletindo a crescente pressão social e a centralidade do problema em todo o território nacional.