Os preços para comprar e arrendar casa em Portugal continuaram a sua trajetória ascendente em setembro, confirmando a pressão sobre o mercado imobiliário e as dificuldades sentidas pelas famílias. Diversos indicadores, baseados em dados de plataformas imobiliárias e estatísticas oficiais, apontam para um agravamento generalizado dos custos em quase todo o território nacional. De acordo com o índice de preços do portal Idealista, o custo para arrendar uma casa em Portugal aumentou 4,1% em setembro em termos homólogos, fixando o valor mediano em 16,9 euros por metro quadrado (euros/m2). A subida foi sentida em todas as capitais de distrito analisadas, com Viana do Castelo a registar o aumento mais acentuado (23,8%). No mercado de venda, a mesma fonte aponta para uma subida anual de 7,6%, com o custo mediano a atingir 2.943 euros/m2. Lisboa mantém-se como a cidade mais cara tanto para arrendar (22,5 euros/m2) como para comprar (5.824 euros/m2).
Outros barómetros, como o do Imovirtual, corroboram esta tendência, indicando um aumento de 18% no preço médio de venda em setembro face ao ano anterior, com o distrito de Santarém a destacar-se com uma valorização de 36%. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos à avaliação bancária em agosto também refletem esta realidade, com o valor mediano a fixar-se em 1.965 euros/m2, um crescimento homólogo de 18,1%.
A região do Alentejo registou a maior subida mensal no que toca a apartamentos (+6,3%).
Esta contínua valorização dos imóveis, que supera largamente a evolução dos salários, agrava a crise de acessibilidade e coloca a habitação no centro das preocupações sociais e políticas.
Em resumoMúltiplos indicadores confirmam a contínua subida dos preços da habitação em Portugal em setembro, tanto no mercado de arrendamento como no de venda. Com aumentos anuais significativos em todo o país, a crise de acessibilidade agrava-se, mantendo a pressão sobre as famílias.