Uma análise do jornal “Público” revela a disparidade entre este teto e a realidade do mercado.
Em Portugal, o valor mediano de uma renda para uma casa de área média é de 896 euros.
Os 2.300 euros definidos pelo Governo são 2,5 vezes superiores a este valor e ultrapassam a renda mediana em todos os 308 municípios do país, incluindo Lisboa.
Em concelhos mais baratos como Figueira de Castelo Rodrigo, o limite chega a ser 30 vezes superior ao preço mediano praticado.
Esta discrepância levou a Associação dos Inquilinos Lisbonenses (AIL) a classificar a medida como “uma ofensa e um ultraje”, alertando que poderá “acelerar a crise da habitação”. O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, partilha da mesma preocupação, prevendo que a medida provoque uma “subida em espiral” das rendas.
O economista João Pereira dos Santos argumentou que um “teto tão alto” pode “criar uma pressão inflacionária para que os preços aumentem”. Em defesa da medida, o ministro da Habitação, Miguel Pinto Luz, considerou um “raciocínio errado” achar que o mercado irá convergir para o valor máximo, enquanto a economista Vera Gouveia Barros acredita que a medida não levará a que “rendas de 1.500 euros passem para 2.300 euros”.














