O IMT tornou-se a principal fonte de receita fiscal para a administração local, representando 52,5% do total arrecadado até agosto.

Este crescimento contrasta com as quebras homólogas registadas em 2023 e 2024, aproximando-se do ritmo de crescimento verificado em 2022.

O aumento da receita do IMT evidencia um paradoxo: enquanto as famílias enfrentam dificuldades crescentes para comprar casa devido aos preços elevados, o volume e o valor das transações continuam a alimentar os cofres municipais.

Este cenário ocorre numa altura em que o Governo se prepara para agravar o IMT para compradores não residentes, uma medida controversa do novo pacote para a habitação. O setor imobiliário teme que esta medida possa afastar o investimento estrangeiro, que, segundo dados do INE, adquire imóveis por um valor médio 69% superior ao dos compradores nacionais, contribuindo de forma significativa para a receita fiscal.

A robustez da receita do IMT concede às autarquias uma maior capacidade financeira para investir, inclusive em políticas de habitação, mas também espelha a intensidade da valorização imobiliária que está na origem da crise.