A candidata do CDS-PP à Câmara de Almada, Ana Clara Birrento, destacou que, nos últimos tempos, "o maior crescimento de bairros ilegais" na Área Metropolitana de Lisboa ocorreu precisamente naquele concelho, classificando a situação como um problema grave que exige uma intervenção integrada.
A candidata defende que a solução não é fácil nem imediata, mas rejeita a inação.
Propõe um "trabalho prévio de análise" e uma articulação com todos os atores no terreno, incluindo o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), para dar "dignidade a essas pessoas". Como parte da solução, sugere um levantamento do parque habitacional público existente, não só da câmara mas também do IHRU e de outras entidades, para realojar as famílias.
O tema da habitação precária extravasou o debate local, entrando na arena política nacional.
O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, desafiou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, a visitar Viseu, um concelho governado pelo PSD há décadas, para ver "as barracas à entrada da autoestrada".
Carneiro criticou a aparente inação local, afirmando ser "inconcebível que durante décadas não tenham sido capazes de resolver um problema estrutural do ponto de vista do desenvolvimento humano", numa altura em que já existem soluções legislativas para dar resposta a construções de emergência. Esta troca de acusações evidencia como a habitação informal e as "barracas" se tornaram um ponto de confronto político, simbolizando as falhas do mercado e das políticas públicas em garantir o direito a uma morada digna.














