Embora a medida exclua emigrantes, visa penalizar o investimento puramente especulativo, mas o setor imobiliário teme que a mensagem afaste o capital estrangeiro, crucial para a dinamização da economia.

Hugo Santos Ferreira, presidente da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII), manifestou o seu receio de que a medida seja entendida como "os estrangeiros não são bem-vindos a Portugal", sugerindo a sua eliminação para não prejudicar a "credibilidade do país a nível internacional". Esta visão é partilhada por outros profissionais do setor, que argumentam que os compradores internacionais não competem diretamente com a maioria dos portugueses, focando-se em segmentos de mercado mais elevados.

Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) parecem corroborar esta perspetiva. No segundo trimestre de 2025, os não residentes representaram apenas 4,9% do total de casas vendidas, o menor peso desde 2021.

Além disso, o valor médio das casas que adquirem (391 mil euros) é significativamente superior ao dos residentes (232 mil euros).

O peso dos compradores estrangeiros tem vindo a diminuir desde o fim dos vistos gold e as alterações ao regime de Residentes Não Habituais (RNH), sugerindo que o seu impacto na pressão sobre os preços pode ser limitado.

O ministro Miguel Pinto Luz defendeu a medida como uma questão de "justiça" e "equidade", garantindo que "Portugal não vai deixar de atrair investimento estrangeiro".