A suspensão foi justificada pela necessidade de uma revisão metodológica, após o INE ter recebido novos fluxos de dados da Autoridade Tributária (AT).
Estas novas informações decorrem de alterações legislativas que permitem aos inquilinos comunicar contratos de arrendamento quando os senhorios não o fazem. A integração destes dados promete criar séries estatísticas mais completas no futuro, mas, no imediato, cria um vácuo de informação pública detalhada sobre a evolução das rendas e do número de contratos a nível municipal.
O último relatório, referente ao primeiro trimestre de 2025, já indicava uma subida homóloga de 10% na renda mediana, com Lisboa a atingir os 16 euros por metro quadrado. Sem a continuidade destes dados, a avaliação do impacto de medidas como a redução do IRS para "rendas moderadas" ou o aumento das deduções para inquilinos ficará dependente de estatísticas internas da AT e de dados de operadores privados do setor imobiliário. Este "apagão estatístico" levanta questões sobre a capacidade de escrutínio público e de análise informada das políticas de habitação, num momento em que a crise no mercado de arrendamento atinge níveis sem precedentes.














