A maioria dos candidatos à autarquia madeirense concorda com a necessidade de impor limites, com muitos a apoiarem a suspensão de novas licenças em prédios de habitação, refletindo a crescente tensão entre o turismo e o direito à habitação. No debate entre os candidatos funchalenses, a suspensão provisória de emissão de licenças para AL foi uma medida largamente consensual.

O candidato da coligação PSD/CDS-PP, Jorge Carvalho, defendeu que o AL em habitação coletiva "deve ser revisto", enquanto Rui Caetano (PS) concordou com a suspensão, embora a considere uma "medida propagandística".

Propostas mais restritivas surgiram de vários quadrantes: Ricardo Lume (CDU) classificou a política habitacional como uma "verdadeira fraude", e Mónica Freitas (PAN) defendeu medidas para que os fogos em AL regressem ao mercado de arrendamento.

Apenas a candidata da Iniciativa Liberal, Sara Jardim, e Raquel Coelho (PTP) se mostraram mais críticas à suspensão, considerando o AL um "bode expiatório" da crise.

O debate não se limita ao Funchal.

Em Faro, o candidato do BE, José Moreira, apontou a concorrência do AL como um dos fatores que torna o custo da habitação "incomportável".

A questão também mereceu atenção a nível europeu, com a Comissão Europeia a indicar que o futuro Plano Europeu para a Habitação Acessível incluirá uma revisão das normas referentes aos arrendamentos turísticos, reconhecendo o seu impacto nos mercados locais.