Candidatos de diferentes espectros políticos, de Beja a Ponta Delgada, apresentaram planos para transformar património abandonado em soluções habitacionais a preços controlados. Em Beja, a cabeça de lista do Bloco de Esquerda, Madalena Figueira, baseou parte da sua campanha num levantamento que identificou "pelo menos 366 fogos devolutos no centro histórico da cidade". A candidata argumentou que a requalificação deste património é uma questão de "política social, económica e de segurança", propondo a criação de um gabinete de reabilitação e o agravamento do IMI para proprietários de imóveis degradados. Sugeriu ainda a criação de uma linha de crédito com juros bonificados para proprietários que se comprometam a arrendar as casas recuperadas a "preços controlados". Nos Açores, a candidata da Iniciativa Liberal à Câmara de Ponta Delgada, Alexandra Cunha, também defendeu a recuperação de edifícios camarários devolutos para habitação como uma das suas bandeiras.

A sua proposta foca-se na "inventariação" do património municipal abandonado para o colocar rapidamente no mercado, aliada a um plano estratégico para revitalizar o centro histórico. Estas propostas indicam uma tendência crescente no poder local para olhar para o stock de edifícios existente como uma solução mais imediata e sustentável do que a nova construção, visando simultaneamente combater a degradação urbana e aumentar a oferta de habitação acessível.