O projeto de requalificação da Avenida Almirante Reis, em Lisboa, orçado em 20 milhões de euros, está a ser alvo de forte contestação por parte de um grupo de sete associações cívicas e ambientalistas. As organizações acusam a autarquia, liderada por Carlos Moedas, de apresentar um plano que piora “de forma flagrante a segurança dos utilizadores mais vulneráveis”, nomeadamente peões e ciclistas, e de contrariar os resultados do processo de participação pública. Segundo as associações, o projeto “aumenta em 50% a capacidade do espaço rodoviário” entre o Martim Moniz e a Alameda, passando de duas para três vias, enquanto o espaço para peões “não se altera significativamente”.
A ciclovia proposta é descrita como “ziguezagueante, sem as dimensões mínimas regulamentares, integrada no passeio”, o que “anuncia graves conflitos entre peões e bicicletas”.
Os críticos questionam a validade do processo participativo, sublinhando que “a grande maioria” dos cerca de 2.500 participantes considerou existir “excesso de tráfego automóvel” na avenida. Em contrapartida, o presidente da Câmara, Carlos Moedas, defendeu que a proposta foi desenvolvida após ouvir os diferentes utilizadores da via e que as prioridades incluíam “o aumento de áreas verdes, a melhoria da higiene urbana e a segurança na ciclovia”. O autarca admitiu que a ciclovia foi uma questão “que bipolarizou a sociedade”, mas que a solução encontrada procurou um equilíbrio.
Em resumoO projeto para a Almirante Reis tornou-se um ponto de discórdia, opondo a visão da Câmara de Lisboa a um conjunto de associações que defendem que o plano privilegia o tráfego automóvel em detrimento da segurança de peões e ciclistas, ignorando as conclusões da consulta pública.