Esta abordagem é defendida como uma alternativa mais sustentável à nova construção, permitindo revitalizar os centros urbanos e aproveitar o património existente.

Em Beja, a candidata do Bloco de Esquerda, Madalena Figueira, identificou 366 fogos devolutos no centro histórico e propôs a sua requalificação para arrendamento a preços controlados. A candidata alertou que 183 destes imóveis estão em “grande estado de degradação”, representando um risco para a segurança pública.

Em Cascais, um dos concelhos mais caros do país, tanto a CDU como a coligação “Futuro em Comum” (Livre/BE/PAN) incluem nos seus programas a mobilização de edifícios devolutos. A CDU propõe medidas para colocar no mercado os “prédios devolutos e inactivos”, enquanto a coligação de esquerda defende o reaproveitamento de edifícios públicos subutilizados para fins habitacionais. De igual modo, em Ponta Delgada, a candidata da Iniciativa Liberal, Alexandra Cunha, elegeu a recuperação de edifícios camarários devolutos como a sua principal bandeira para a habitação. Esta convergência de propostas, vinda de diferentes quadrantes políticos e regiões, evidencia um consenso crescente de que a reabilitação urbana é uma ferramenta crucial para responder à crise habitacional, promovendo simultaneamente a coesão social e a sustentabilidade ambiental.