Esta medida surge como uma resposta direta à crescente crise de habitação que afeta a comunidade estudantil, identificada como um fator crítico para o abandono escolar.
A proposta orçamental para 2026 aloca 458,4 milhões de euros para a construção e requalificação de residências e quartos a preços acessíveis, no âmbito do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior.
Este valor representa um aumento de 39,6% face ao ano anterior, sinalizando uma preocupação governamental com uma crise que, segundo um inquérito da Federação Académica de Lisboa, leva 25% dos estudantes a ponderar abandonar a universidade devido ao custo elevado dos alojamentos. A medida está inserida num aumento global de 8,2% para o setor do Ensino Superior, Ciência e Inovação, que totalizará 3.925 milhões de euros. O investimento visa modernizar infraestruturas e equipamentos, bem como financiar operações de construção, aquisição, adequação e renovação de residências.
Este reforço financeiro é uma tentativa de mitigar a pressão sobre os estudantes deslocados, que enfrentam um mercado de arrendamento com preços proibitivos, comprometendo a equidade no acesso à educação.
A eficácia da medida dependerá, contudo, da celeridade e eficiência na aplicação destes fundos, transformando o investimento em camas disponíveis a preços que os estudantes possam suportar.
A pressão para executar estas verbas é elevada, não só pela urgência social, mas também pela necessidade de reverter uma tendência que ameaça transformar o ensino superior num privilégio condicionado pela capacidade económica das famílias.














