Este enfoque reflete a crescente pressão que os cidadãos enfrentam em todo o país, tornando a habitação uma prioridade inegável na governação local.

Em vários municípios, os candidatos abordaram diretamente o problema.

Em Braga, João Baptista (CDU) identificou o combate à "especulação imobiliária" como uma bandeira da sua coligação. Em Matosinhos, Vasco Martins (ADN) elegeu o lema "Casa para todos" como pilar da sua candidatura, enquanto Filipe Garcia (IL) em Famalicão prometeu focar-se na "crise na habitação".

Em Lisboa, a coligação de esquerda criticou o executivo de Carlos Moedas pela sua política habitacional, enquanto no Funchal, a candidata do BE, Dina Letra, denunciou a solução do PSD para os mais carenciados como sendo a atribuição de "um anexozinho". Esta preocupação transversal é corroborada pela proposta do Orçamento de Estado para 2026, que reconhece a habitação como "um dos maiores flagelos do País", afetando particularmente os jovens. As propostas autárquicas variam desde o reforço da habitação pública, como defendido por Diana Ferreira (CDU) no Porto, até à criação de programas de apoio à renda, como proposto por Pedro Duarte (PSD/CDS/IL), que sugere uma bolsa de até 200 euros para jovens.

A intensidade do debate demonstra que a resolução da crise habitacional é vista como uma responsabilidade partilhada entre o poder central e local.