O desequilíbrio entre a procura e a oferta é apontado como a principal causa para esta escalada que agrava a crise de acessibilidade.

O preço médio dos imóveis em Portugal registou um crescimento expressivo nos últimos quatro anos, com algumas regiões a atingirem subidas recorde.

Segundo uma análise da ERA Portugal, a Madeira lidera com um aumento de 73%, seguida por Setúbal (+60%), Viana do Castelo (+55%), Lisboa (+54%) e Faro (+45%). Este fenómeno levou a que o número de distritos com um preço médio superior a 200.000 euros passasse de apenas um (Lisboa) em 2021 para oito em 2025, incluindo agora regiões como a Madeira, Faro, Setúbal, Açores, Beja, Porto e Braga.

O CEO da ERA Portugal, Rui Torgal, atribui esta tendência a um “desequilíbrio acentuado entre a intensa procura (...) e a oferta de casas disponíveis, que continua a ser insuficiente”.

Segundo Torgal, “entre 2012 e 2022 construiu-se apenas metade das casas que se haviam construído na década anterior e agora o país está a pagar essa fatura”.

Em contraste com a tendência nacional, o distrito de Viseu registou uma variação negativa de 3,4%, associada a uma menor pressão da procura e maior sensibilidade ao crédito, enquanto outras regiões do interior, como a Guarda (+5%) e Vila Real (+10%), apresentaram um crescimento mais moderado.