Os críticos argumentam que o valor é desajustado da realidade da maioria das famílias portuguesas e pode até contribuir para a subida geral das rendas.

O conceito de "renda moderada", introduzido pelo Governo como um pilar da sua estratégia para a habitação, tornou-se um ponto de forte contestação. A Associação dos Inquilinos Lisbonenses (AIL) alerta que o teto de 2.300 euros mensais, elegível para benefícios fiscais para senhorios, arrisca-se a “impulsionar a subida das rendas”.

Esta visão é partilhada por Alfredo Valente, CEO da rede imobiliária iad Portugal, que descreve a medida como um “enorme tiro nos pés”.

Segundo Valente, o Governo, “ao explicar tudo mal, criou um patamar inacessível que apelidou de ‘moderado’”, falhando em apresentar uma solução viável para a classe média.

A crítica central é que estes valores não correspondem à capacidade financeira da vasta maioria da população, tornando os benefícios fiscais associados à medida um incentivo para rendas que continuam a ser proibitivas para muitos.

Em vez de moderar o mercado, a política arrisca-se a legitimar e a incentivar um patamar de preços elevado, falhando o objetivo de tornar o arrendamento mais acessível.