Os proprietários enfrentam longos e complexos processos judiciais para reaver os seus bens, enquanto a legislação parece insuficiente para dar uma resposta rápida e eficaz.

O fenómeno, embora mais visível em Espanha com mais de 17 mil casos anuais e processos que demoram em média 18 meses, começa a gerar preocupação em Portugal.

Os artigos alertam para as "brechas legais" e a "morosidade processual" que criam um "terreno fértil" para a consolidação desta prática. Legalmente, é possível vender um imóvel ocupado, desde que o comprador seja informado e aceite o risco, mas esta é considerada uma "derrota" para o proprietário, que se vê forçado a alienar o seu bem por não conseguir reaver a sua posse plena. Um dos maiores riscos para os proprietários é a usucapião, um mecanismo legal que permite a aquisição de propriedade por posse prolongada (15 a 20 anos), mesmo que esta tenha começado de forma ilegítima. Para se protegerem, os donos devem intentar ações judiciais de reivindicação e manter uma vigilância ativa sobre os seus imóveis.

Embora tenham sido aprovadas alterações legislativas em julho de 2025 que agravam as penas e preveem despejos mais rápidos, a sua eficácia dependerá da celeridade dos tribunais. O problema é visto como um reflexo de um Estado que falha na sua "função mais elementar: garantir a segurança jurídica da propriedade privada".