Com uma lista de espera que já ultrapassa a capacidade do futuro projeto, o caso evidencia a incapacidade do poder local e central em dar resposta atempada às necessidades das populações mais vulneráveis.

Fundada em 1975, a CERCIOEIRAS apoia atualmente cerca de mil pessoas na comunidade, mas as suas instalações estão sobrelotadas. O presidente do conselho de administração, Paulo Pessoa, revelou que a instituição tem uma lista de espera de 105 pessoas para a sua unidade residencial. Destas, 35 já frequentam o Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão (CACI) da cooperativa, enquanto 70 são externas.

A urgência é acentuada pelo envelhecimento dos cuidadores, com 50% a terem mais de 60 anos e 25% mais de 70. O projeto para um novo centro, que criaria 24 novas vagas residenciais e 30 em CACI, está parado há 12 anos, aguardando a abertura de um concurso público pela Câmara Municipal de Oeiras. Paulo Pessoa lamenta que, mesmo que o centro começasse a funcionar hoje, "continuava com pessoas em lista de espera". Em resposta, a autarquia liderada por Isaltino Morais prometeu que o concurso, com um investimento previsto de 5 milhões de euros, "deverá ser aberto no primeiro trimestre do próximo ano". A longa espera da CERCIOEIRAS ilustra um problema estrutural no planeamento e execução de equipamentos sociais, onde a burocracia e a definição de prioridades políticas deixam para trás as necessidades mais prementes da comunidade.