Um estudo recente revela que uma parte significativa dos portugueses acredita que a imigração exerce pressão sobre o mercado imobiliário e outros serviços essenciais, um sentimento que se reflete no debate político e social.

De acordo com um inquérito do Observatório da Sociedade Portuguesa da Católica Lisbon School of Business and Economics, cerca de 40% dos inquiridos associam a imigração ao "aumento da pressão sobre a saúde pública e a habitação", enquanto 33,4% apontam o mesmo efeito na educação.

Esta perceção surge num contexto em que a preocupação com a imigração aumentou, sendo referida por 72,4% dos participantes no estudo. Simultaneamente, a preocupação com a emigração diminuiu consideravelmente.

Outro artigo corrobora esta tendência, notando que nas eleições autárquicas de 2025, o partido Chega aumentou a sua votação nos 12 concelhos com maior número de residentes estrangeiros.

Embora a análise não estabeleça uma causalidade direta, a correlação sugere que o discurso político que liga a imigração a problemas sociais, como a habitação, encontra eco junto de uma parte do eleitorado.

Este cruzamento entre a crise da habitação e o debate sobre migração indica como as dificuldades económicas e sociais estão a moldar as atitudes públicas e a influenciar o panorama político, tornando a gestão dos fluxos migratórios e a resposta à crise habitacional desafios interligados.