Durante uma audição regimental na Comissão de Reforma do Estado e Poder Local, o ministro admitiu que “muitos edifícios estão a ter dificuldades em ir para o terreno por carência de mão-de-obra”. Esta visão contrasta com a de algumas empresas do setor, que atribuem as dificuldades nos concursos públicos aos preços-base de licitação demasiado baixos. No entanto, Castro Almeida insistiu na sua convicção: “Se houvesse mão-de-obra abundante, as obras seriam adjudicadas a outros preços”.

Para colmatar esta falha estrutural, o Governo está a apostar em duas vias principais.

A primeira passa por facilitar a imigração, através de uma “via facilitada de integração de imigrantes para trabalhar em Portugal”, mas apenas se tiverem garantido “um posto de trabalho, um contrato de trabalho e um local digno em que possam viver”. A segunda aposta na cooperação com países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP), onde é ministrada formação profissional para que parte dos formandos venha para Portugal “já com formação adequada às necessidades das empresas”.

Estas medidas revelam a estratégia do Executivo para aumentar a capacidade produtiva do setor da construção, considerada essencial para materializar os projetos de habitação e aliviar a pressão sobre os preços.