Os dados do inquérito, conduzido em julho de 2025, são particularmente alarmantes quando comparados com o ano anterior.

O estudo mostra um aumento significativo na proporção de famílias que ultrapassam a taxa de esforço de 35%, considerada o limite para uma gestão financeira saudável. O segmento mais preocupante é o das famílias que despendem mais de 71% do seu rendimento com a casa, que cresceu de 0,7% em 2024 para 3,9% em 2025.

Este agravamento reflete não só a escalada dos preços no mercado de compra e arrendamento, mas também o impacto da subida das taxas de juro nos créditos à habitação.

A situação gera uma enorme preocupação entre a população, com 65,3% dos inquiridos a manifestarem receio com a evolução dos preços. Para quase metade dos portugueses, o acesso a uma habitação adequada tornou-se uma das suas principais angústias.

Estes números confirmam que a crise da habitação não é apenas uma questão de mercado, mas um problema social profundo, com implicações diretas na qualidade de vida, na capacidade de poupança e na estabilidade financeira de uma vasta camada da população.