A análise dos dados divulgados pela Confidencial Imobiliário revela uma aceleração notável ao longo do último ano.

A variação homóloga, que se situava nos 11,0% no final de 2024, mais do que duplicou, impulsionada por subidas mensais consecutivas na ordem dos 2,0%.

Em setembro, o crescimento mensal foi de 2,4%, consolidando uma trajetória que supera os picos de valorização observados entre 1989 e 1991. O anterior recorde de 21,1%, registado em novembro de 1991, foi ultrapassado pela primeira vez em mais de três décadas em agosto deste ano (21,6%), com setembro a estabelecer um novo máximo. Em termos trimestrais, a subida de 6,9% também constitui um novo recorde. Esta dinâmica reflete-se no preço médio de venda, que atingiu os 2.885€/m² em Portugal Continental, um valor que quase duplica os 1.573€/m² registados no mesmo período de 2020. A escalada de preços é atribuída a uma combinação de fatores, incluindo a baixa oferta de imóveis e a forte procura, em parte impulsionada pelo turismo e pelo investimento estrangeiro.

Um relatório da Comissão Europeia corrobora esta pressão, estimando que as casas em Portugal estão sobrevalorizadas em cerca de 35%, a percentagem mais elevada da Europa.