Os relatos descrevem um cenário de grande dificuldade, com dezenas de pessoas, incluindo famílias, a dormirem na rua, sobre pedaços de cartão, para garantir um lugar na fila. A procura é tão elevada que as senhas de atendimento, distribuídas pela manhã, esgotam-se em menos de duas horas, como reportado no posto dos Anjos.
A organização é feita de forma informal, com uma lista criada pela primeira pessoa a chegar, e são realizadas chamadas durante a noite para verificar a presença dos inscritos.
Quem não responde, perde o lugar.
Muitos dos presentes são cidadãos de países como a Guiné-Bissau e o Brasil, que aguardam há meses por uma resposta aos seus processos de regularização, essenciais para poderem trabalhar, estudar ou aceder a serviços básicos.
Uma imigrante guineense, em Portugal para que a filha receba tratamento médico, relatou ter passado várias noites na rua sem sucesso.
O ministro da Presidência afirmou que as filas “não se justificariam”, alegando que cerca de 90 mil pessoas trataram da sua documentação online, mas a realidade no terreno demonstra a sobrecarga dos serviços e a ansiedade de quem depende destes documentos para a sua vida em Portugal.














