As famílias monoparentais continuam a ser as mais vulneráveis.

O custo da habitação surge como um fator central nesta crise, com um estudo da Católica Lisbon School of Business and Economics a indicar que 36,4% dos portugueses gastam mais de 30% do seu rendimento em rendas ou prestações, e uma percentagem crescente a ultrapassar os 41%. O caso de Isabel, uma mãe solteira licenciada que ganha 900 euros e paga 750 de renda, ilustra de forma dramática a pressão que a habitação exerce sobre os orçamentos familiares. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reconheceu que o crescimento económico do país “não tem tido tanto reflexo na vida de quase dois milhões de compatriotras quanto se desejaria”, apelando a que o combate à pobreza seja um “desígnio nacional”. A Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN) Portugal alerta que, sem as transferências sociais, o risco de pobreza atingiria 21,4%, sublinhando a importância dos apoios públicos, mas também a sua insuficiência para resolver as causas estruturais do problema.