O antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho gerou uma forte controvérsia ao alertar que, se a política de imigração se mantiver, os portugueses poderão vir a sentir-se “estrangeiros na sua própria terra”. As declarações foram proferidas na apresentação de um livro, onde o ex-líder do PSD criticou duramente os oito anos de governação do PS, acusando António Costa de ter seguido uma política de “deixa entrar” de forma consciente e descontrolada. Passos Coelho referiu-se aos dados da AIMA, que indicam a presença de 1,5 milhões de estrangeiros em Portugal, para sublinhar que “em muito pouco tempo entrou imensa gente”. Argumentou que esta situação pode levar a que os nacionais se sintam “inseguros, ameaçados, de certa maneira desorientados, desconfiados”, e que em ambientes destes “as coisas podem descambar”. O antigo primeiro-ministro afirmou que já tinha alertado para este problema há dois anos, durante a campanha para as legislativas de 2024, altura em que foi acusado de populismo por “misturar segurança e imigração”.
As suas palavras foram imediatamente criticadas por vários quadrantes políticos.
Rui Tavares, porta-voz do Livre, acusou Passos Coelho de querer “pôr o tapete vermelho debaixo dos pés de André Ventura” e de usar um “discurso de duplicidade, de ambiguidade, de hipocrisia”, lembrando que foi durante a sua governação que centenas de milhares de portugueses emigraram. As declarações de Passos Coelho intensificam o debate sobre a imigração, um tema central na atualidade política e com implicações diretas na sociedade e no mercado de habitação.
Em resumoPedro Passos Coelho gerou controvérsia ao afirmar que a atual política de imigração pode levar os portugueses a sentirem-se “estrangeiros na sua própria terra”, acusando o anterior governo PS de inação. As suas declarações foram rapidamente criticadas pela esquerda, com o Livre a acusá-lo de populismo e de se aproximar do discurso do Chega.