As casas no país estão avaliadas em cerca de 35% acima do seu valor real, um indicador que se agravou significativamente em 2024.
O relatório da Comissão Europeia coloca Portugal no topo da lista dos países europeus onde a discrepância entre os preços da habitação e os seus fundamentos económicos é mais acentuada. A análise indica que "os preços estão sobrevalorizados em cerca de 35% em Portugal", um valor que não só é o mais elevado da União Europeia, como também se destaca por uma tendência preocupante. Segundo o documento, Portugal foi "o único país onde se estima que a sobrevalorização tenha aumentado significativamente em 2024". Esta conclusão sugere que, enquanto noutros Estados-membros o mercado imobiliário poderá estar a estabilizar ou a corrigir, em Portugal a bolha de preços continua a expandir-se.
O relatório não se limita a analisar os preços de compra, abordando também o esforço financeiro das famílias.
A Comissão Europeia destaca que o peso dos custos com a habitação, seja na compra ou no arrendamento, é um dos mais elevados no espaço europeu, o que corrobora a ideia de uma crise de acessibilidade severa. A combinação de preços sobrevalorizados com rendimentos que não acompanham esta subida cria um cenário de grande dificuldade para a população, tornando o acesso a uma habitação digna uma meta cada vez mais distante para muitas famílias portuguesas.













