A polémica surgiu quando o ministro afirmou que um agregado familiar com um rendimento de 5.750 euros mensais não é uma raridade e se enquadra no público-alvo para uma "renda moderada" de 2.300 euros. Esta declaração gerou críticas, uma vez que contrasta com as definições de organismos como a OCDE, que em 2024 estabeleceu o teto da classe média em Portugal em cerca de 2.000 euros brutos mensais por agregado. Segundo os críticos, a definição do Governo abrange apenas os 6% de agregados com maiores rendimentos, excluindo os restantes 93% da população do conceito de classe média para efeitos desta política. Esta abordagem é vista como uma "fraude política" que governa para uma minoria privilegiada, enquanto a verdadeira classe média, com rendimentos muito inferiores, continua sem soluções eficazes.

Para além desta controvérsia, outras medidas governamentais têm sido implementadas, como a isenção de IMT e Imposto de Selo para jovens até 35 anos na compra da primeira casa, alargada para imóveis até 330 mil euros.

No entanto, programas mais vastos como o "Mais Habitação" são criticados por não terem conseguido travar a crise, mantendo "intocáveis os lucros dos grandes proprietários e dos bancos" e sendo tímidos no investimento em habitação pública.