A oferta de habitação nas duas maiores cidades de Portugal seguirá trajetórias divergentes nos próximos quatro anos. Um novo estudo indica que o Porto irá priorizar a construção de habitação residencial, enquanto Lisboa verá uma maior expansão de alojamentos turísticos, refletindo respostas estratégicas distintas às pressões do desenvolvimento urbano. O estudo, encomendado pelo setor do alojamento local, analisa as tendências de construção no Porto e em Lisboa até 2029. No Porto, a previsão aponta para uma viragem no sentido de aumentar o parque habitacional para residentes, com a construção de mais casas novas do que espaços orientados para o turismo.
Esta tendência pode ser interpretada como uma resposta à crescente crise da habitação e à pressão pública por mais opções de vida acessíveis na cidade.
Em contrapartida, em Lisboa, a tendência aponta na direção oposta.
Prevê-se que a construção de alojamentos turísticos ultrapasse a de unidades residenciais, o que realça o contínuo peso económico do turismo na capital e levanta preocupações sobre o potencial agravamento da escassez de habitação para as famílias locais. Os artigos salientam que, apesar da perspetiva positiva para a oferta de habitação no Porto, a maioria das famílias continua a ter dificuldades em pagar uma casa. Tal sugere que o simples aumento da oferta pode não ser suficiente para resolver a crise de acessibilidade se os preços se mantiverem elevados.
As estratégias de desenvolvimento contrastantes das duas cidades terão, provavelmente, impactos significativos a longo prazo no seu tecido social, acessibilidade e identidade urbana, tornando esta uma questão crucial para decisores políticos e residentes.
Em resumoUm estudo sobre tendências de construção revela que o Porto irá construir mais habitações residenciais do que alojamentos turísticos nos próximos quatro anos, abordando questões de oferta de habitação. Em contraste, prevê-se que Lisboa assista a um maior aumento de espaços turísticos do que de habitação, o que poderá agravar a crise habitacional local. Esta divergência evidencia as diferentes prioridades de desenvolvimento das duas principais cidades de Portugal face ao boom da habitação e do turismo.