Este cenário, revelado por um estudo da Boston Consulting Group, agrava a crise da habitação, tornando a aquisição de casa própria um objetivo cada vez mais distante para uma grande parte da população. O "Consumer Sentiment Survey 2025" da BCG pinta um quadro preocupante da saúde financeira dos portugueses.
Segundo o estudo, 64% dos inquiridos poupam menos de 10% do seu rendimento líquido, um agravamento face aos 61% de 2024.
Mais alarmante ainda, 36% não conseguem poupar sequer 5%.
A principal razão para poupar, para 60% dos que o conseguem fazer, é a criação de um fundo para imprevistos, seguida da reforma (40%). A compra de casa surge como prioridade para apenas 22% dos inquiridos, refletindo a dificuldade em acumular o capital necessário para a entrada e outras despesas.
O estudo revela que o aumento das despesas com bens essenciais, como alimentação (sentido por 58%) e renda da habitação (35%), está a esmagar o orçamento familiar, levando a cortes acentuados em categorias não essenciais como entretenimento e vestuário.
Como afirma Tiago Kullberg, da BCG Lisboa, "a poupança em Portugal continua fortemente concentrada em depósitos e instrumentos de baixo risco", mas a capacidade de a gerar é o principal obstáculo. Esta baixa taxa de poupança é um fator crítico na crise da habitação, pois sem capital próprio é praticamente impossível aceder ao crédito à habitação, especialmente para os jovens, perpetuando a dependência do mercado de arrendamento, cujos preços também estão em alta.













