A controvérsia adensa-se com a proposta do consórcio para relocalizar a estação de Gaia, inicialmente prevista para Santo Ovídio, para a zona de Guardal de Cima, em Vilar do Paraíso.

Esta alteração, que não constava no contrato assinado com o Estado, ameaça uma área rural que os residentes descrevem como um “cantinho sagrado”. Moradores como José Jorge, um reformado de 82 anos, expressam o seu desespero: “O que eu queria, meu amigo, é que não me deitassem a casa abaixo.

Porque me custou tanto na minha vida”.

A nova localização proposta afeta terrenos da Reserva Agrícola e Ecológica Nacional, pondo em risco a atividade de agricultores como Arnaldo Magalhães, que trabalha na terra desde a infância.

A população local sente-se mergulhada na “ansiedade” e na “confusão”, questionando a legitimidade da alteração do projeto após a adjudicação do concurso.

Como desabafa um morador, “o consórcio, quando concorre para ganhar a obra, já sabia de antemão que a estação seria em Santo Ovídio e que seria em túnel. Como é que eles concorrem, vencem e nem sequer fazem os testes em Santo Ovídio, nem nada?”.