A crise da habitação em Portugal assume uma dimensão social alarmante, com mais de meio milhão de pessoas a viver sem condições mínimas de alojamento. A Diretora-Geral da Saúde alerta que esta situação tem impactos diretos na saúde e na qualidade de vida da população. A pobreza habitacional, que afeta mais de 500 mil pessoas no país, transcende a mera falta de uma casa, abrangendo situações em que as condições de alojamento são manifestamente inadequadas, pondo em risco a saúde e o bem-estar dos seus ocupantes. Este fenómeno reflete as dificuldades extremas de acesso a uma habitação digna, seja pela sobrelotação, pela degradação das infraestruturas, pela falta de saneamento básico ou pela insegurança da posse. A gravidade da situação foi sublinhada pela Diretora-Geral da Saúde, que, numa conferência sobre o tema, destacou a ligação direta entre a precariedade habitacional e problemas de saúde física e mental.
A exposição a humidade, bolor, temperaturas extremas e a falta de condições de higiene são fatores que contribuem para o desenvolvimento de doenças respiratórias, alergias e outras patologias.
Além disso, a instabilidade e o stress associados a uma habitação inadequada têm consequências severas na saúde mental.
Perante este cenário, a responsável pela DGS defendeu a urgência de se implementarem medidas concretas ao nível das autarquias e dos centros de saúde, que estão na linha da frente para identificar e apoiar as populações mais vulneráveis. A necessidade de uma resposta integrada que combine políticas de habitação com políticas de saúde é, assim, fundamental para mitigar os efeitos de uma crise que afeta a dignidade e a vida de uma parte significativa da população portuguesa.
Em resumoA pobreza habitacional atinge mais de 500 mil pessoas em Portugal, evidenciando a face mais grave da crise de habitação. A falta de condições de alojamento tem consequências diretas na saúde pública, exigindo uma resposta urgente e integrada das autarquias e dos serviços de saúde.