Este aumento homólogo de 19% representa a variação mais elevada desde o início da série estatística em 2019, sinalizando uma aceleração contínua e acentuada no mercado imobiliário nacional. Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmam uma escalada sem precedentes nos custos da habitação em Portugal.

Entre abril e junho de 2025, o preço mediano fixou-se em 2.065 euros por metro quadrado (€/m2), um valor impulsionado por um aumento de 15,6% no número de transações, que totalizaram 41.608 alojamentos familiares vendidos. Esta subida de 19% face ao período homólogo é a "variação mais elevada desde o início da série (1.º trimestre de 2019)", o que evidencia a crescente pressão sobre o mercado.

A valorização foi sentida em todas as 26 sub-regiões NUTS III do país, com o Baixo Alentejo a registar o maior crescimento homólogo (38,7%).

As regiões da Grande Lisboa (3.403 €/m2) e do Algarve (3.123 €/m2) continuam a apresentar os preços mais elevados, muito acima da mediana nacional.

A análise do INE revela ainda que os compradores com domicílio fiscal em Portugal impulsionaram mais a subida anual dos preços, com um crescimento de 20%, superior ao aumento de 12,1% registado entre os compradores internacionais. Ainda assim, os estrangeiros continuam a pagar significativamente mais por metro quadrado (2.750 €/m2) do que os residentes (2.042 €/m2).

Esta aceleração dos preços é também visível na maioria dos municípios mais populosos, com Vila Nova de Gaia e Coimbra a liderarem os maiores acréscimos, indicando que a pressão sobre a habitação não se limita apenas às duas principais áreas metropolitanas, mas alastra-se a outros centros urbanos de relevo.