Esta disparidade evidencia duas realidades distintas no acesso à habitação, onde comprar casa na capital pode ser 22 vezes mais caro do que no concelho mais barato do país. Dados recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), relativos ao último ano terminado em junho de 2025, ilustram um país a duas velocidades no que toca ao mercado imobiliário. Enquanto a mediana nacional do preço das casas se fixou em 1.923 euros por metro quadrado (€/m2), Lisboa destaca-se como o município mais caro, com um valor de 4.525 €/m2. No extremo oposto, Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda, apresenta o preço mais baixo do país, com apenas 203 €/m2. Isto significa que uma habitação de 100 m2 custa, em termos medianos, 452,5 mil euros na capital, mas apenas 20,3 mil euros no município mais acessível.
A análise dos 304 municípios com dados disponíveis mostra que mais de 80% apresentam preços inferiores à mediana nacional.
De facto, em 151 concelhos é possível comprar casa por menos de 1.000 €/m2, e em 46 deles o custo é inferior a 500 €/m2.
Os dez municípios mais baratos para comprar casa situam-se todos no interior, em distritos como Guarda, Viseu, Bragança e Castelo Branco.
Em concelhos como Sernancelhe, Almeida e Vimioso, uma casa de 100 m2 pode ser adquirida por menos de 30 mil euros.
Em contraste, os dez concelhos mais caros concentram-se em Lisboa, Faro, Porto e na ilha da Madeira, com preços que começam nos 3.000 €/m2.













