A execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em Portugal está a sofrer atrasos significativos, conforme alertado pelo Tribunal de Contas, com projetos na área da habitação e infraestruturas a correrem o risco de perder o financiamento europeu. A expansão da linha vermelha do Metro de Lisboa é um dos casos mais críticos, levantando preocupações sobre a capacidade do país em cumprir as metas estabelecidas. O Tribunal de Contas (TdC) e o membro português do Tribunal de Contas Europeu, João Leão, alertaram para "atrasos na execução dos fundos europeus, principalmente no PRR". Filipa Urbano Calvão, conselheira presidente do TdC, especificou que áreas como o "investimento na rede de cuidados continuados" estão a ser afetadas.
João Leão admitiu que a execução está "muito aquém" do esperado, atribuindo o problema à "grande ambição" dos prazos face a "sistemas nacionais que não estavam preparados".
Um dos exemplos mais flagrantes destes atrasos é a expansão da linha vermelha do Metro de Lisboa, um projeto de 322 milhões de euros que se encontra em "estado crítico" e corre o risco de ser retirado do PRR. A obra, que ainda não começou, já sofreu cortes e a sua viabilidade dentro do prazo de 30 de junho de 2026 parece "inatingível". O Governo reconhece o "desfasamento na execução" e a Estrutura de Missão Recuperar Portugal está a avaliar a "exequibilidade de todos os projetos". A possível perda de financiamento para projetos de infraestruturas e habitação social compromete não só a modernização do país, mas também as respostas necessárias para mitigar a crise habitacional.
Em resumoAtrasos significativos na execução do PRR, alertados pelo Tribunal de Contas, ameaçam o financiamento de projetos cruciais, incluindo na área da habitação e infraestruturas. O caso da expansão da linha vermelha do Metro de Lisboa exemplifica o risco de incumprimento dos prazos, o que pode levar à perda de fundos europeus essenciais para a modernização do país e para dar resposta a carências estruturais.