Este indicador, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), reflete a contínua e acentuada escalada dos preços no mercado imobiliário, agravando os desafios de acesso à habitação para os portugueses. De acordo com os dados oficiais, o valor mediano fixou-se em 1.995 euros por metro quadrado (€/m²), representando uma subida homóloga de 17,7% e um aumento de 30 euros (1,5%) face ao mês anterior.

Este crescimento contínuo, que se verifica há 22 meses consecutivos, evidencia a pressão persistente sobre o mercado.

As regiões com os valores mais elevados continuam a ser a Grande Lisboa (3.025 €/m²) e o Algarve (2.740 €/m²), enquanto a Península de Setúbal registou o crescimento homólogo mais expressivo, com um aumento de 28,5% no segmento de apartamentos. A subida dos valores de avaliação tem implicações diretas na concessão de crédito à habitação, uma vez que os bancos financiam, por norma, até 90% do menor de dois valores: o preço de aquisição ou o da avaliação. Com avaliações em alta, mas frequentemente ainda abaixo dos preços de mercado, os compradores são forçados a dispor de capitais próprios mais elevados para cobrir a diferença, o que constitui uma barreira significativa, especialmente para jovens e famílias da classe média.

A análise por tipologias revela que os apartamentos T1 registaram a maior valorização mensal, subindo 104 euros para 3.018 €/m², refletindo a forte procura por habitações de menor dimensão nas zonas urbanas. Esta tendência de valorização contínua, mesmo com uma ligeira descida homóloga no número de avaliações (-0,4%), sinaliza que a procura por habitação permanece robusta e que a oferta continua a ser insuficiente para estabilizar os preços.