O protesto nacional, convocado pelo Movimento Associativo Estudantil, reuniu estudantes de dezenas de instituições de ensino superior no Rossio, que marcharam em direção à Assembleia da República sob o lema "A propina é para acabar, não é para aumentar". A decisão do Governo de atualizar o valor máximo da licenciatura de 697 para 710 euros anuais, após cinco anos de congelamento, foi o gatilho para a manifestação. No entanto, o problema transcende o valor das propinas, inserindo-se numa crise mais ampla de custo de vida para os estudantes.

A Federação Académica do Porto (FAP) contesta a medida, argumentando que o aumento, embora pareça pequeno, é "apenas o princípio" e não faz sentido num país que precisa de mais diplomados.

A ligação entre o custo da educação e a crise habitacional é direta e foi explicitamente abordada no debate político.

João Pedro Louro, da JSD, afirmou que "o maior entrave ao Ensino Superior não é a propina, mas a falta de alojamento estudantil".

Esta visão é partilhada pelos estudantes, que veem os custos com alojamento, especialmente para os deslocados, como um fardo insustentável que, somado às propinas e outras despesas, torna o acesso à educação superior uma miragem para muitas famílias. O protesto reflete, assim, uma luta mais vasta pela gratuitidade do ensino e por uma ação social mais robusta, que inclua soluções eficazes para a crise de alojamento estudantil.