Esta perspetiva social é corroborada por uma análise económica do setor bancário.
Durante a conferência Money Summit, o CEO do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, apontou para uma quebra drástica na construção nova: na década de 2003 a 2013, construíam-se em média 57 mil casas por ano, número que caiu para apenas 13 mil na década seguinte. Em contraste, a população residente em Portugal teve um crescimento líquido de 416 mil pessoas desde a pandemia, o que, segundo as suas contas, exigiria 173 mil novos fogos para satisfazer a procura.
Miguel Maya, CEO do BCP, complementa este diagnóstico, atribuindo o problema a uma "ausência de planeamento" por parte do poder político e defendendo a necessidade de criar "novas centralidades" para além de Lisboa e Porto. O relatório da Comissão Europeia, que aponta para uma sobrevalorização de 35% nos preços das casas em Portugal, reforça a ideia de que o problema é mais profundo do que uma mera bolha especulativa, residindo na incapacidade estrutural do mercado em produzir habitação suficiente e acessível.













