A situação revela uma regressão social preocupante e a incapacidade das políticas públicas em dar resposta às necessidades habitacionais mais básicas da população.
Atualmente, a capital portuguesa enfrenta um cenário que muitos consideravam ultrapassado.
Existem 27 bairros de barracas identificados na cidade, um fenómeno que se julgava em vias de erradicação.
Paralelamente, mais de mil casas pertencentes ao parque habitacional do município encontram-se ocupadas ilegalmente.
Esta realidade demonstra a pressão extrema que a falta de habitação acessível exerce sobre as famílias mais vulneráveis, que, sem alternativas, recorrem a soluções precárias e ilegais para encontrar um teto.
A ocupação de imóveis municipais não só representa uma falha na gestão do património público, como também cria um ciclo vicioso de exclusão social e degradação urbana. As famílias que vivem nestas condições enfrentam a ausência de serviços básicos, como água potável, saneamento e eletricidade, além de viverem sob a constante ameaça de despejo. O debate público questiona se ainda é possível travar este "regresso ao passado", que expõe as fraturas mais profundas da sociedade lisboeta e a urgência de uma intervenção integrada que combine fiscalização com a criação de respostas habitacionais dignas e céleres. A persistência destes problemas sugere que as soluções implementadas até agora têm sido insuficientes para conter uma crise que empurra cada vez mais pessoas para a marginalidade habitacional.












