O Ministro Miguel Pinto Luz desvalorizou as queixas, garantindo que os prazos legais estão a ser cumpridos e apontando incongruências nos processos como causa das demoras.

O debate intensificou-se após protestos organizados pelo movimento Porta a Porta junto às instalações do IHRU em Lisboa e no Porto, onde se denunciou a alegada disponibilização de "apenas 20 senhas por dia". Em audição parlamentar, o ministro da Habitação, Miguel Pinto Luz, contestou esta informação, especificando que para o Programa de Apoio Extraordinário à Renda (PAER) são emitidas "20 senhas em Lisboa e 14 no Porto", mas que o total diário para todos os serviços do IHRU ascende a 167 senhas, totalizando quase quatro mil atendimentos mensais.

O governante atribuiu os atrasos a "incongruências" nos processos dos candidatos, como discrepâncias entre os dados fiscais de senhorios e inquilinos ou a necessidade de justificar como pessoas com rendimento zero pagam a renda.

"Tem de se resolver a incongruência e só depois é que se pode pagar", afirmou Pinto Luz. O próprio IHRU, em comunicado, negou a existência de cortes nos apoios, que beneficiam mais de 134.100 inquilinos, mas reconheceu "constrangimentos administrativos" que afetam cerca de 43 mil beneficiários.

Numa declaração anterior, o presidente do instituto, António Costa Pereira, tinha admitido que o cenário era "gravíssimo", reconhecendo a demora na resposta aos processos pendentes.