As taxas de juro no crédito à habitação apresentaram um comportamento misto em setembro, com uma descida geral nas novas operações mas um ligeiro agravamento para contratos indexados à Euribor a 3 meses. Os dados de diferentes fontes oficiais indicam uma estabilização após um período de quedas acentuadas, refletindo a atual política monetária. De acordo com o Banco de Portugal (BdP), a taxa de juro média das novas operações de crédito à habitação, incluindo renegociações, desceu em setembro pelo oitavo mês consecutivo, fixando-se em 2,84%, o valor mais baixo desde outubro de 2022. Esta tendência de queda tem sido consistente ao longo de quase dois anos.
No entanto, para as famílias com contratos de taxa variável indexados à Euribor a 3 meses, a revisão a efetuar em novembro resultará num ligeiro agravamento da prestação mensal, confirmando uma viragem no ciclo de alívios.
Por outro lado, quem tem contratos associados às taxas a 6 ou 12 meses continuará a beneficiar de descidas, embora cada vez mais reduzidas.
Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) corroboram a tendência de descida no stock total de empréstimos, com a taxa de juro implícita a recuar para 3,228%. O INE destaca ainda que, em setembro, pela primeira vez desde maio de 2023, a componente de juros representou menos de metade (49,6%) do valor da prestação média mensal, que se fixou em 393 euros.
Este cenário complexo reflete a estabilização das taxas Euribor após as decisões do Banco Central Europeu, indicando um período de menor volatilidade nas prestações, mas com o fim dos alívios significativos para muitos mutuários.
Em resumoAs taxas de juro do crédito à habitação em Portugal mostraram sinais contraditórios em setembro. Enquanto os novos contratos beneficiaram de taxas mais baixas, atingindo mínimos de dois anos, os contratos existentes indexados à Euribor a 3 meses começaram a sentir um ligeiro aumento nas prestações, sinalizando o fim de um ciclo de descidas contínuas para uma parte dos mutuários.