A oferta de habitação a preços acessíveis é praticamente inexistente, com mais de metade das casas em Lisboa a custar acima de meio milhão de euros.
O mercado imobiliário português encontra-se visivelmente inflacionado, tornando o acesso à habitação uma tarefa cada vez mais difícil para a maioria das famílias.
Em Lisboa, o cenário é particularmente crítico: mais de metade dos imóveis disponíveis para venda superam o valor de 500 mil euros, enquanto a oferta de casas com preços inferiores a 200 ou 300 mil euros é quase nula. Esta tendência de preços elevados não se limita à capital; no Porto, a oferta de habitação acima do patamar de meio milhão de euros duplicou, refletindo uma pressão semelhante no mercado. Embora alguns concelhos do interior do país ainda apresentem preços consideravelmente mais acessíveis, esta não constitui uma solução viável para a grande maioria da população que necessita de residir e trabalhar nas principais áreas metropolitanas, onde a procura continua a exceder largamente a oferta disponível. Este desequilíbrio acentua a crise de acessibilidade, empurrando as famílias para fora dos grandes centros urbanos ou para condições de habitação mais precárias, e evidencia a urgência de políticas públicas que consigam efetivamente aumentar a oferta de casas a preços comportáveis.














