Um relatório da Century 21 Portugal indica que, apesar da faturação recorde de 104 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o mercado imobiliário está a estabilizar. O CEO da empresa, Ricardo Sousa, atribui esta tendência ao facto de a taxa de esforço das famílias ter atingido um limite, condicionando o acesso ao crédito e a concretização de negócios. Nos primeiros nove meses de 2025, a Century 21 Portugal registou um aumento de 33,6% na faturação em comparação com o período homólogo, realizando mais de 15 mil transações de venda com um volume superior a 3,6 mil milhões de euros. O preço médio de transação subiu para 264 mil euros.
Apesar destes números robustos, Ricardo Sousa, CEO da empresa, afirma que "o mercado está a estabilizar, não porque não há procura, mas porque o rendimento disponível das pessoas não estica mais".
Segundo o responsável, a combinação do financiamento com a taxa de esforço atingiu um ponto de resistência, limitando a capacidade das famílias para comprar casa aos preços atuais.
Esta situação, acredita, continuará a condicionar o mercado até ao final do ano.
Face a este cenário, Ricardo Sousa apela a uma mudança de paradigma nas políticas de habitação, afirmando que "menos discurso e mais execução é o que determinará o futuro da habitação em Portugal". O CEO defende a urgência de medidas como a atualização dos códigos de construção, a industrialização do setor e a criação de um mercado de arrendamento "robusto, previsível e com segurança jurídica" para aumentar a oferta acessível.
Em resumoApesar de um volume de negócios recorde, o mercado imobiliário português está a mostrar sinais de estabilização, segundo a Century 21. A capacidade financeira das famílias atingiu o seu limite, dificultando o acesso à habitação, o que leva o CEO da empresa a pedir mais ação e menos discurso por parte dos decisores políticos para aumentar a oferta.