A crise de habitação afirmou-se como uma das principais preocupações e prioridades nos discursos de tomada de posse dos autarcas eleitos nas eleições de 12 de outubro, um sinal claro de que o tema domina a agenda política local de norte a sul do país. Presidentes de câmara, tanto reeleitos como novos, prometeram medidas para aumentar a oferta, garantir preços acessíveis e fixar jovens nos seus concelhos. Em Penafiel, o novo secretário de Estado da Cultura, Alberto Santos, na sua recondução como presidente da Assembleia Municipal, identificou a necessidade de “mais habitação” como um dos desafios centrais para o novo executivo. Em Ansião, o recém-eleito presidente Jorge Cancelinha prometeu criar “soluções de habitação acessível para jovens e famílias”.
Na Lousã, Victor Carvalho (PSD/CDS-PP), que conquistou a câmara ao PS após 43 anos, também colocou a habitação como um dos seus focos.
Em Elvas, o reeleito Rondão Almeida incluiu a criação de “condições dignas de habitação” entre as suas prioridades. A mesma tónica foi ouvida em Santarém, onde João Leite (AD) se comprometeu com a aquisição de imóveis para habitação, e em Portel, onde a nova presidente Maria Farinha (PS) garantiu que a habitação acessível será um dos “pilares do mandato”. Em Alenquer, o socialista João Nicolau elegeu a habitação como um dos cinco pilares estruturantes da sua governação.
Esta convergência de discursos demonstra que a pressão sobre o mercado habitacional transcendeu as grandes metrópoles e é agora uma preocupação generalizada, obrigando os executivos municipais a colocar o tema no centro das suas estratégias de desenvolvimento para os próximos quatro anos.
Em resumoA habitação foi um tema transversal e prioritário nos discursos dos autarcas que tomaram posse após as eleições de outubro. De Ansião a Elvas, passando por Penafiel e Santarém, os novos executivos municipais comprometeram-se a criar mais habitação acessível, a fixar jovens e a responder a uma crise que se tornou um desafio central para a governação local em todo o país.