No entanto, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, desvalorizou as críticas e defendeu a atuação do instituto.

Durante uma audição na Assembleia da República, o ministro foi confrontado pelo deputado do Chega, Carlos Barbosa, que descreveu a situação no IHRU como um “escândalo”, afirmando que há “famílias a aguardar por resposta há mais de um ano”. Em resposta, Miguel Pinto Luz negou a existência de atrasos generalizados, garantindo que programas como o Porta 65 “está a cumprir os passos que a legislação exige, 45 dias de resposta”. O governante rejeitou também as denúncias de que o IHRU disponibiliza “apenas 20 senhas por dia” para atendimento presencial, especificando que são “20 senhas em Lisboa e 14 no Porto para o PAER [Programa de Apoio Extraordinário à Renda]”, num total de 167 senhas diárias para todos os serviços. Pinto Luz justificou os atrasos em alguns casos do PAER com a necessidade de resolver “incongruências” nas candidaturas, como discrepâncias entre os dados do senhorio e do inquilino ou a ausência de rendimentos declarados.

“Tem de se resolver a incongruência e só depois é que se pode pagar”, afirmou.

A defesa do ministro contrasta com a perceção de movimentos como o Porta a Porta, que organizaram protestos junto às instalações do IHRU, e com as declarações do próprio presidente do instituto, António Costa Pereira, que em outubro admitiu que o cenário era “gravíssimo”.