A escassez de vagas para a realização de exames de português, um requisito essencial para a obtenção da nacionalidade, está a forçar muitos imigrantes a deslocarem-se a Espanha para obterem o certificado. Esta barreira burocrática agrava as dificuldades de integração e estabilização em Portugal, onde a habitação segura depende frequentemente de um estatuto de residência consolidado. Segundo uma reportagem do jornal Público, os cursos de português para obtenção de nacionalidade estão esgotados, e a oferta de vagas para os exames oficiais não acompanha a procura. Alan, um dos imigrantes afetados, relatou ter de se deslocar a Madrid para conseguir fazer a prova, uma situação que se repete com muitos outros.
O centro responsável pela gestão dos exames aumentou as vagas em 53% em três anos, mas a oferta continua a ser insuficiente.
A situação é particularmente crítica para os estudantes estrangeiros que fugiram da guerra na Ucrânia e que, segundo a Associação Nacional de Estudantes de Medicina, correm o risco de expulsão devido a decisões da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA). A dificuldade em obter a certificação linguística é mais um obstáculo num percurso já complexo, que inclui a regularização da sua situação e a procura de habitação, num mercado cada vez mais inacessível.
A coordenadora da associação Ad Sumus, em Almada, sublinha que “Portugal tem imigração porque existe trabalho”, mas a instabilidade documental e burocrática dificulta a plena integração e o acesso a direitos básicos como a moradia.
Em resumoImigrantes em Portugal enfrentam uma grave falta de vagas para os exames de português necessários à obtenção da nacionalidade, sendo forçados a viajar para Espanha para realizar a prova. Esta barreira burocrática, aliada a outras dificuldades de regularização, compromete a sua estabilidade e o acesso a direitos fundamentais, como a habitação.