As prestações do crédito à habitação com taxa variável terão um comportamento misto nas revisões de novembro, refletindo a recente estabilização das taxas Euribor. Enquanto os contratos indexados aos prazos de 6 e 12 meses beneficiarão de um alívio, os que estão associados à Euribor a 3 meses enfrentarão um ligeiro agravamento, num cenário de maior previsibilidade após as subidas acentuadas do passado. As taxas Euribor, que servem de indexante para a maioria dos créditos à habitação em Portugal, subiram marginalmente em outubro. A média mensal da Euribor a 12 meses fixou-se em 2,187%, a 6 meses em 2,107% e a 3 meses em 2,034%. Esta estabilização, em linha com a manutenção das taxas de juro diretoras pelo Banco Central Europeu (BCE), dita que as prestações de novos contratos celebrados em novembro serão praticamente idênticas às do mês anterior.
Para os contratos já existentes, o impacto da revisão depende do prazo do indexante.
Segundo simulações da Deco Proteste para um empréstimo de 150.000 euros a 30 anos com um 'spread' de 1%, um contrato revisto com a Euribor a 12 meses terá uma descida na prestação de cerca de 42 euros, uma vez que a taxa de referência há um ano era mais alta (2,691%). Da mesma forma, um contrato indexado à Euribor a 6 meses registará uma redução de aproximadamente 8 euros, pois a taxa em maio era de 2,116%. Em sentido contrário, os contratos com revisão a 3 meses sentirão um ligeiro aumento de quase 4 euros, dado que a taxa de referência em agosto (2,021%) era inferior à atual. Este cenário de maior estabilidade, com os especialistas a preverem que a Euribor se mantenha em torno dos 2%, traz algum alívio e previsibilidade às famílias, pondo fim ao ciclo de subidas abruptas que pressionou os orçamentos nos últimos anos.
Em resumoA estabilização das taxas Euribor resulta num cenário misto para as prestações da casa em novembro. Os créditos com revisão baseada nos prazos a 6 e 12 meses verão a sua prestação descer, enquanto os indexados à Euribor a 3 meses sofrerão um ligeiro aumento, refletindo a nova fase de maior previsibilidade nos juros.