Este crescimento, impulsionado pela contínua e acentuada subida do custo da mão de obra, representa um desafio adicional para a resolução da crise habitacional no país. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a principal força motriz por detrás deste aumento foi o custo da mão de obra, que subiu 8,8% em termos homólogos, acelerando face aos 7,0% registados no mês anterior. Por sua vez, os preços dos materiais de construção apresentaram uma variação de 1,4%, também superior aos 0,9% de agosto. Esta dinâmica revela uma pressão crescente sobre os promotores imobiliários e construtores, que veem as suas margens reduzidas e os orçamentos de novos projetos inflacionados. Entre os materiais que mais influenciaram a subida de preços destacam-se os vidros e espelhos, com um aumento de cerca de 30%, e o betão pronto, com uma subida de aproximadamente 5%. Em sentido contrário, verificaram-se descidas nos preços de produtos como os betumes, a chapa de aço macio e galvanizada e os tubos de PVC, todos com quedas na ordem dos 5%. A persistência desta tendência de subida dos custos de construção tem implicações diretas na oferta de nova habitação, podendo levar a um abrandamento do ritmo de novos projetos ou a um aumento do preço final das casas, agravando ainda mais a crise de acessibilidade que afeta grande parte da população portuguesa.